Joaquim Figueira Mestre, escritor e director da Biblioteca Municipal de Beja, faleceu no Domingo à noite (3 de Maio), em Lisboa, vítima de doença prolongada. O funeral realizou-se terça-feira, pelas 08.00 horas.
Tinha 54 anos e era director da Biblioteca Municipal de Beja. Joaquim Figueira Mestre ajudou a transformar a Biblioteca da cidade numa Biblioteca de referência a nível nacional. Para além da actividade profissional que desempenhava, Figueira Mestre também deixou obra escrita e foi recentemente distinguido com o Prémio Manuel da Fonseca 2008.
Francisco Santos, presidente da Câmara Municipal de Beja, muito emocionado referiu que «todos ficam a perder com a morte de Figueira Mestre».
Carlos Pinto Coelho, jornalista e amigo de longa data de Joaquim Figueira Mestre, consternado disse que «se foi embora um dos maiores amigos que Beja poderia ter» e recordou que «foi pela mão do director da Biblioteca que a cidade foi transformada numa catedral da leitura. Foi este homem que conseguiu trazer a Beja os maiores vultos da literatura portuguesa»
Joaquim Mestre, nasceu em Trindade, concelho de Beja. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e pós-graduado em Ciências Documentais pela mesma universidade. Iniciou o seu trabalho na Biblioteca Municipal de Beja, antes deste espaço abrir ao público, ou seja desde 1991/92 e exerceu como director a sua actividade profissional no mesmo até ao seu falecimento (inclusive era Chefe da Divisão de Bibliotecas e Museus na Câmara Municipal de Beja). Foi um dos pioneiros da Rede Nacional de Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. Recorde-se a história, após a inauguração da Biblioteca de Beja, em 1993, que não manifestando os moradores da cidade grande interesse em frequentar a nova biblioteca, Mestre empurrou um burro escada acima, franqueando-lhe a porta, e declarando que, se até um asno entrava naquele antro de cultura, não seria um bejense que o não faria. Joaquim Figueira Mestre foi igualmente escritor de relevo. Autor de vários livros entre eles contos O Livro do Esquecimento (2000), dos romances A Cega da Casa do Boiro (2001), O Perfumista (2006), e Imperfeições do amor (2007). Director das revistas Rodapé e Pé de Página. Viveu no Alentejo, ermo a que alguns chamam a sua casa e onde as pessoas andam com o sol nas mãos e a lonjura no olhar. Viveu num monte onde tem uma vinha e sonhava um dia fazer um grande vinho. Recordamos que foi distinguido recentemente com o prémio Manuel da Fonseca 2008, com a obra: “Breviário das Almas”, um conto que colheu a unanimidade do júri. Etiquetas: Acontecimentos, Bibliotecários/as, Bibliotecas Públicas, Livros e afins, Livros e Leitura |